Violência
Junho de 2011
Violência Blindada
A canção Muros e Grades do grupo de rock Engenheiros do Hawaii, composição de Humberto Gessinger e Augusto Licks, faz um dissertar filosófico sobre a violência. Em um falar indagativo esboça possíveis repostas para sua origem social como obra do sistema econômico capitalista que se julgou protegido de todo mal e por fim colhe os frutos de seu próprio veneno. Fala das inflexões que a violência impõe obrigando-nos a um novo comportamento. O cotidiano de cidadãos reclusos, amedrontados. E atenta para a nossa responsabilidade social de mudar o quadro da segurança pública onde estivermos, seja em nossa cidade, comunidade, em nosso país.
A violência é um problema real em nossa sociedade desde a época do movimento colonizador. Nesse contexto, especificamente era usada como estratégia de coerção na exploração da força de trabalho dos escravos. Então a violência configurava-se na relação hierárquica entre senhor e escravo.
Entrando nos tempos de transição do mercantilismo para o capitalismo comercial, seguindo com a revolução industrial e a globalização, que demandaram a superlotação das capitais, estabelecendo uma nova divisão das classes econômicas em alta, média, baixa, mas em contrapartida, a despeito da liberdade ovacionada pela abolição da escravatura, esteve sempre acentuada a pobreza da maioria, da classe desfavorecida. A violência dentro da conjuntura industrial apresenta-se então de forma diferente, diversa, não apenas como um instrumento de tortura para exploração, mas em sua multiface. Agora como uma resposta de defesa, de ataque, vingança. Em suas variadas modalidades de exercício como o seqüestro, o assalto à mão armada em pleno trânsito, arrombamento a caixas eletrônicos de agências bancárias, o tráfico de drogas, a prostituição e outros modelos afins. É a rebeldia, a revolta da classe de baixa renda, ou nenhuma renda. É o grito desesperado da prole sem elite. É a reivindicação dos não requisitados pela