Violência e Angustia
Caxias do Sul, Educs, 2011, 100 p. por Claudia Fiorini
O livro violência e a angústia versa sobre o que gera tanta violência em nosso cotidiano. Busca questionar a cultura da violência, o laço e os sintomas sócias vigentes na contemporaneidade. Articula Psicanálise e Filosofia com o tecido cultural da sociedade contemporânea.
A psicanálise, de modo radical e irreversível, inovou o modo de pensar a cultura. A teoria psicanalítica comporta uma teoria do laço social. A partir daquilo que é mais singular, pode-se pensar o social. Posterior a Freud, Lacan vai dizer que o inconsciente é o social. Diante da sua experiência clínica, Freud percebeu e passou a considerar como fenômeno social toda e qualquer atitude do indivíduo em relação ao outro. A subjetividade se constrói a partir do Outro que, constituído como uma linguagem, como refere Lacan, insere o sujeito na cultura. Sujeito e cultura, com todos os seus referenciais, são elementos irredutíveis e não podem ser explicados e compreendidos separadamente. Não há autonomia do ego na estrutura do aparelho psíquico, para dizer que o sujeito pensa e age a partir desse lugar. A soberania é sempre relativa à instância do inconsciente sobre as escolhas, a ação e o destino do sujeito:
No próprio momento em que esse sujeito reconhece seu tropeço, entretanto, há a denúncia de um ego vigilante. Nesse lugar, há um sistema consciente que possibilita ao sujeito reconhecer suas limitações, e uma lei imposta pelo social. Muitas lutas da humanidade foram em torno da tarefa de uma mediação, que traga felicidade entre as reivindicações do indivíduo e as da cultura. Com o resultado da renúncia exigida pela civilização (lei), temos uma nova orientação das pulsões.
Sendo a sublimação das pulsões um fator importante no desenvolvimento da cultura, ela oportuniza as atividades psíquicas relacionadas às ciências, às artes e às ideologias.
No texto Mal-estar na cultura (1930), Freud aponta