Violência, um fenômeno social
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Violência: um fenômeno social. Mayra Regina Saraiva de Abreu* Resumo A violência é um fenômeno social marcada pela imposição de dor, sofrimento e morte ao outro. Ao longo da história, esse fenômeno assume diferentes formas e sentidos, mas sempre foi motivada pelo medo que o “outro” suscita. Nos dias atuais somos levados a crer que a violência aumentou, porém os meios de comunicação de massa, alterações no processo migratório brasileiro nos anos de 1990, bem como a substituição do Estado Social pelo Estado Penal na sociedade neoliberal, associados a criminalização da pobreza transformam a violência em mercadoria e estratégia para o controle dos trabalhadores desempregados, subempregados e subremunerados. Palavras-chave: violência, maios de comunicação de massa, criminalização da pobreza. A modernidade exacerba alguns aspectos da vida social. Se por um lado ela é acompanhada de um crescente processo de industrialização, secularização e descobertas científicas, por outro ampliou a sensação de insegurança e medo dos indivíduos. Fundamentalmente o medo da morte, segundo Bauman (2008), mas também dos riscos que esse mesmo processo de modernização revelou-se incapaz de prever e controlar (Beck, 2002). Se o medo foi o motor que levou os homens à vida comunitária, no mundo moderno, em sociedade, ele ainda é o fundamento para a manutenção dessa associação. Nos dias atuais teme-se tudo! Teme-se os efeitos e os riscos do processo de modernização, os outros homens, conhecidos, desconhecidos, diferentes e estranhos. A globalização, no entender de Bauman (1999), foi capaz de universalizar a insegurança e o medo, generalizando a sensação de que se pisa cotidianamente em terrenos minados, levando os indivíduos em todo o planeta a conviver com as suas consquencias maléficas: os dejetos humanos excluídos da ordem produtiva (terroristas, refugiados, subempregados, desempregados, pobres). Mas são nos centros urbanos que o medo e a insegurança predominam. Nesses espaços desconfia-se de