Violencia
Não existe, pois, a menor dúvida quando se afirmar que a violência é o ponto comum presente nas relações entre os indivíduos, grupos, nações ou povos, a tal ponto de que filósofos e tratadistas consideram que o ser humano se define essencialmente por e para a violência.
Supunha-se que com o advento da modernidade, dos processos de racionalização a ela inerente e o estabelecimento internalizado do direito e das normas institucionais entre a população superariam as violências clássicas e tradicionais em suas variadas manifestações; no entanto, os dados extraídos dos acontecimentos sociais em suas distintas dimensões demonstram que este problema não será superado em curto prazo.
As violências apresentam um lastro negativo, porquanto tendem a submeter ou desarticular a vontade do outro, subtrair sua autonomia, eliminá-lo, expatriá-la ou simplesmente retirar sua posse, situações que denotam decomposição e perda de vigência das instituições que regulam o tecido social contemporâneo. É por isso que as violências se expressam de diversas maneiras, incluindo a insegurança pública.
Nesse sentido, a violência se revela não como potência e força, mas como sinal de impotência, de insensibilidade, de decadência da vida e de intolerância. É produto da frustração individual e coletiva e, em sua essência, negativa, sendo mais do que produto de condições objetivas da sociedade.
Permeia e desilude em todos os estratos sociais, inclui em sua dinâmica a infância, a juventude, a velhice; não distingue nacionalidade e religião – exceto os casos de marcado confronto étnicos nacional – e é carente de ética e moral.
A violência se apresenta também como uma relação social caracterizada pela agressão contra a