Os dados internacionais da Organização Mundial de Saúde sobre violência em relação às pessoas com deficiência revelam que, em alguns países, um quarto desse público sofre maus-tratos. Além disso, pesquisas mostram que a violência praticada contra pessoas com deficiência é maior que em relação às pessoas sem deficiência. Observa-se que essa prática está associada a fatores sociais, culturais e econômicos da sociedade que vê a deficiência como algo negativo. Notícias das promotorias de defesa de pessoas com deficiência revelam que quem tem deficiência intelectual está mais vulnerável a agressões. O Brasil não possui esses dados. Conforme a psicóloga Lúcia Williams, "a pessoas com deficiência encontra-se em uma posição de vulnerabilidade em relação a que não tem deficiência, sendo frequentemente marcante a assimetria das relações de poder na interação entre ambos. Tal relação é multiplicada, conforme a severidade de cada caso, sendo ampliada se a pessoas com deficiência pertencer a outro grupo de risco, como, por exemplo, se for mulher ou criança". Os tipos de violência que acontecem com os deficiêntes fisícos são os mesmos de outras áreas e dizem respeito à atitude do Estado quando não promove os direitos garantidos por leis: violência familiar, traduzida em negligência, maus-tratos físicos e psicológicos e exploração sexual e financeira; violência gerada por falta de informação e desconhecimento de leis que asseguram direitos; além daquela perpetrada pela omissão de profissionais de atendimento assistencial e de saúde que não denunciam casos de negligência e maus-tratos unidos no não reconhecimento da pessoa com deficiência como um sujeito que tem direitos. A violência contra a pessoas com deficiência pode atingir todos os direitos. Assim, o Estado é obrigado a enfrentá-la, como está previsto na Convenção da ONU. Precisamos dar um basta nisso, e o primeiro passo é a articulação de ações entre os órgãos de governo, junto com o Ministério Público e os Conselhos