Violencia e criminalidade
As notícias se repetem e parece que não terão fim. A crise que há anos impera no combate à violência e à criminalidade segue o seu rumo abatendo, eventualmente, algumas personalidades do lado do bem e, constantemente, personalidades do lado do mal.
Hoje, com 550 mil mandados de prisão pendentes de execução - número superior aos dos internos no sistema prisional brasileiro, cerca de 400mil -, não existe nenhuma esperança de que as coisas possam dar certo. A inoperância do estado na elaboração de medidas que possam conter o descalabro em que se tornou a vida dos brasileiros resulta na superlotação dos presídios, casas de detenção, abrigos e delegacias de polícias. É deprimente a repetição de fotografias das celas imundas repletas de seres humanos, sem a menor assistência. É fato que a mídia deixou um pouco de lado as imagens das prisões infectas para se dedicar às filmagens ao vivo fornecidas pelos populares paparazzi da violência que, munidos de câmeras portáteis, fazem o serviço em troca de dinheiro e municiam instantaneamente os órgãos de comunicação, às vezes, até conseguindo as últimas palavras das vítimas. É notícia, e é deprimente.
Os esforços de alguns governantes, eliminando celas em delegacias de polícia e até implodindo presídios, poderiam dar bons resultados se uma política de continuidade nas ações se perpetuasse. A construção de novas unidades prisionais de pequeno porte e espalhadas por grupos de municípios serviria para diminuir a pressão dos internos e facilitaria a reintegração social prevista em nossa legislação. Somente os presos de alta periculosidade seriam confinados em prisões de segurança máxima, impossibilitados de comunicação com o exterior e vigiados por sistemas eficientes de controle; no entanto, recentemente, na penitenciária federal no Paraná foram feitas denúncias de violação do regime fechado com a provável participação de funcionários do presídio. As investigações deverão comprovar, mais uma vez, a