Violencia no futebol
A polêmica em torno da violência entre as torcidas de futebol é uma problemática antiga. Na Inglaterra e Espanha, o tema tornou-se uma questão de segurança pública a partir dos anos 80. No Brasil, o assunto ganhou a mesma dimensão uma década depois. Contudo, foi em razão do episódio do Pacaembu, em 1995, que a sociedade brasileira foi alertada para a gravidade do problema. Na ocasião, cenas brutais protagonizadas por torcedores de São Paulo e Palmeiras foram transmitidas ao vivo pela televisão. Indignados, jornalistas assumiram a condição de porta-vozes da população e conclamaram: basta de violência! A violência, entretanto, persiste. Mas por que ela sobrevive? A questão é complexa e tem respostas multifatoriais.
Não é um privilégio de nosso tempo a existência de pessoas que sentem prazer em impor dor ao próximo. No caso do futebol, elas se valem do anonimato conferido pelas massas para praticar tais atos. Assim como na Inglaterra e Espanha dos anos 80, no Brasil de hoje os torcedores encontram o mesmo ambiente propício às suas manifestações violentas, como recintos inóspitos e malconservados. Na Europa, o problema foi enfrentado graças à mobilização de inúmeras instituições. Após a tragédia da final da Copa dos Campeões, em Bruxelas (em 1985), quando 42 pessoas morreram pisoteadas, o Conselho da Europa decidiu dar um basta às brutalidades vistas nos dias de jogos e na desorganização do futebol. Foi proposto, então, um tratado internacional para a prevenção da violência.
Para resolver seus problemas internos, a Espanha iniciou em 1987 (na Inglaterra, as medidas começaram a ser tomadas nos anos 90) a construção de uma política nacional de prevenção da violência em espetáculos esportivos. O trabalho levou dois anos para ser concluído e teve como base dois relatórios. Um elaborado por senadores e outro por estudiosos e técnicos do "Consejo Superior de Deportes".
No Brasil, nos anos 90, foi formado um grupo de trabalho, que redigiu