Vinicius 02
Ao que parece, arrocho fiscal é como apagar a luz da sala ou cortar o creme de leite da lista de compras. Simples, não? Na verdade, não! A economia pública não é a mesma coisa que a economia doméstica. Primeiramente porque o Estado não é uma residência. O Estado realiza políticas que afetam, moldam, modificam e, até mesmo, destroem as vidas dos indivíduos e os seus modos de vida. Não se pode, por essa razão, tratar uma política pública como um joguete irresponsável, que de uma hora para outra corta bilhões, afetando milhões, como quem deixa de comprar sabão em pó de marca famosa.
Essa peculiaridade do público, que filósofos como Foucault e Agamben chamaram de biopolítica, não pode ser desconsiderado na ação de um governo. Mas foi! Hoje, o governo Dilma brinca com os direitos trabalhistas, com o FIES, com as verbas das universidades, com bolsas de estudo, enfim, diz que é contra a terceirização mas só negocia para não perder arrecadação etc. O governo do Partido dos Trabalhadores, ao modo neoliberal, joga com o orçamento público como se fosse só uma prestação do crediário. Não é! E o povo brasileiro, principalmente os mais vulneráveis, é que está pagando caro por esse arrocho que está destruindo sonhos e modos de vida.