Vingança do Capitalismo por Intermédio do Design
“O destino de uma época que comeu da árvore do conhecimento é ter de [...] reconhecer que as concepções gerais da vida e do universo nunca podem ser os produtos do conhecimento empírico crescente, e que os mais elevados ideais, que nos movem com mais vigor, sempre são formados apenas na luta com outros ideais que são tão sagrados para os outros quanto os nossos para nós."
Max Weber
Frequentemente nos dizem que o design pode dar "estilo" ao nosso "caráter" - que pode indicar o caminho para essa autonomia, mas ele também é claramente um agente primordial que nos faz cair de volta no sistema quase absoluto do consumismo contemporâneo.
Design pode ser lido apenas como desejo, mas este desejo parece estranhamente quase sem sujeito, ou pelo menos sem carência; ou seja, o design parece propor um novo tipo de narcisismo que é todo imagem – um estado de divindade do sujeito que ao mesmo tempo é sua desaparição potencial. Pobre inocente homem rico: ele está "excluído de qualquer vida e esforço, desenvolvimento e desejo futuros" em um mundo do design total e plenitude da internet.
Um novo mundo repleto de qualidades ausente de homens surgiu a partir de experiências sem a pessoa que as experimenta, e quase é notável que a experiência idealmente particular é algo do passado, e que o amigável fardo da responsabilidade individual vai dissolver-se num sistema de fórmulas de sentidos possíveis. Muito provavelmente a dissolução do ponto de vista antropocêntrico, que durante tanto tempo considerou o homem como o centro do universo, mas que há séculos está se apagando, finalmente chegou no "eu" propriamente dito.
Portanto é notório que design pós-moderno faz parte de uma grande vingança do capitalismo contra o pós-modernismo, onde há a recuperação de seus cruzamentos de artes e disciplinas, padronização de suas transgressões. A autonomia pode ser uma ilusão, ou melhor, uma ficção; mas, em certos períodos, é