Vila Maria Z Lia
Segundo Bonduki (1998, p.43) do final do século XIX até a década de 1930 surgiram várias formas de moradia para a população de baixa e média renda sempre construídas pela iniciativa privada que as cedia mediante contrato de aluguel (produção rentista). As formas que mais foram usadas são o cortiço-corredor, o cortiço-casa de cômodos, os vários tipos de vilas e correr de casas geminadas.
A Vila Maria Zélia foi construída em 1919, junto a Cia. Nacional de Tecidos de Juta em São Paulo. Ela era composta por cerca de duzentas casas além de diversos equipamentos como: igreja, biblioteca, teatro, creche, jardim de infância, grupo escolar, consultório médico e dentário e comércio. A vila foi construída com o claro objetivo de manter o controle patronal na medida em que todos os serviços e o comércio eram comandados pelo industrial.
A Vila, segundo Bonduki (p.65), “foi precursora dos conjuntos residenciais propostos, com outra visão, pelos arquitetos do movimento moderno e por Vargas, através dos Institutos de Aposentadorias e Pensões”. O carácter precursor da vila residia no fato de ser segregada do tecido urbano e introduzir ao projeto um conjunto de equipamentos coletivos necessários ao desenvolvimento de atividades no tempo livre.
Figura 1 — A) Localização da Vila. Fonte: Google Earth, modificado pelo autor, 2014 e B) vista aérea. Fonte:cultura.sp.gov.br, 2014
A necessidade de maior aproveitamento do lote e redução do uso de materiais gerou como solução a casa geminada, sem recuos laterais e frontais. Por ser uma vila particular admitia-se não haver muros na frente das residências. Essas soluções marcavam a paisagem como pode ser observado na vista aérea (fig. 1B), onde a vila aparece em meio às fábricas.
A diversidade de tipologias das unidades residenciais dão identidade aos setores ocupados pelas várias etnias que ali foram morar: a casa dos poloneses tinha alpendre e uma fina estrutura que sustentava