vik Muniz
No hora de criar suas obras, nada de tinta óleo, aquarela, madeira, cobre... O artista plástico Vik Muniz gosta mesmo é de usar materias inusitados. E se você acha que já viu de tudo, certamente vai se surpreender. O trabalho que o fez conhecido no grande circuito é uma coleção que retrata crianças exploradas nas plantações de cana-de-açúcar no Caribe. Detalhe: os desenhos são feitos com açúcar. Vik tem uma forte tendência em tirar da geladeira seus instrumentos de trabalho. Já desenhou Marlon Brandon com calda de chocolate, Monalisa com geléia de morango e pasta de amendoim, Liz Taylor com temperos e Jackie Kennedy com catchup.
Suas obras apetitosas - para os olhos - estão espalhadas por museus e galerias de várias cidades do mundo. O primeiro brasileiro a ter uma mostra individual no Whitney Museum, em Nova York, teve uma de suas "crianças" de açúcar, Valentine, The Fastest, exposta no MoMa.
Isac M.Santos
Conexão Pirituba Manhattan
Vik Muniz passou a infância e a adolescência na periferia de São Paulo, no bairro de Pirituba. Na escola, era criticado pelos professores por não prestar atenção na aula. Aos 22 anos, infeliz com a vida que levava aqui, mudou-se para Nova York, onde mora desde então. Lá fez bicos e teve subempregos até conseguir sua primeira mostra individual, em 1989, no Galeria Stux, no balado Soho. Desde então, suas suas obras vêm ganhando espaço no mercado internacional de artes plásticas contemporâneas. A técnica original causa impacto e chama atenção pelos efeitos de ilusão que produz. Além dos materiais comestíveis, ele cria usando gel de cabelo, gelatina, massinha, lã, poeira e até lixo.
Sim, lixo. Em uma de suas coleções, Vik fotografou meninos de rua de São Paulo e, baseado nas fotos, os desenhou com restos recolhidos no Carnaval. Assim, seria um reducionismo afirmar que ele é um fotógrafo apenas. Como ele próprio se define, é um artista, desenhista quando desenha e fotógrafo quando fotografa.
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