Vigem ao centro da terra
19 de março de 2012 | Você.Leitor
Mais segurança ou mais multas?, por Jordi Castan*
As recomendações do Tribunal de Contas do Estado (TCE) levaram a Conurb a suspender temporariamente a licitação para alugar cerca de 100 radares e lombadas eletrônicas, pelos quais a empresa pagará um valor perto de R$ 23 milhões. O objetivo é o de melhorar a segurança no trânsito de Joinville. Mas a verdade pode ser diferente. A Conurb desenvolveu um modelo de negócio de uma simplicidade assustadora: precisa multar para pagar os custos operacionais. A receita originária das multas de trânsito é a fonte de recursos principal – e praticamente única – para pagar salários, alugar veículos e equipamentos e fazer frente às suas despesas operacionais. O que transforma a arrecadação por meio das multas em uma necessidade.
No trânsito, também há soluções simples, econômicas e rápidas. O problema é que elas não enchem de dinheiro as arcas da empresa. Pouco tem a ver, neste caso, se a Conurb é empresa de economia mista ou autarquia. O problema está no modelo do negócio. Ter que multar não é o melhor nem à cidade, nem aos motoristas, nem ao trânsito.
Um exemplo que permite ilustrar a situação: a rua Helmut Fallgatter tem, no trecho entre o terminal da Tupy e a delegacia, duas lombadas eletrônicas de 40 km (uma na frente da Escola Presidente Médici e outra na da Igreja do Evangelho Quadrangular). Funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana. Às 2 da madrugada, sem alunos na rua, ou às 11h30, horário de saída, o seu funcionamento é o mesmo. Os veículos se aproximam e reduzem para não serem multados. A sua função é burra, porque só obrigam à redução da velocidade. E funcionam mesmo quando o motivo que justificou a sua instalação deixou de existir.
Há duas sinaleiras, acionadas manualmente: a primeira, na frente do terminal da Tupy; e a segunda, na faixa de pedestres entre a Igreja Católica e a Creche Bakita. Os sinaleiros são acionados quando os pedestres vão