Vidas em letras
Por Angeli Rose*
Se navegar é preciso, esta comunicação deseja tão somente comunicar, isto é, tornar comum por esta ação um sentimento amoroso ante os pós-pós-moderno anunciado que estamos presenciando, quando atentos, entre formações, conformações, deformações, informações e transformações, de formas e ações de que somos objetos e sujeitos desassogados, ou de outro modo, quando somos dessubjetivados nos processos de comunicação em meio à concomitância de gêneros insurgentes na contemporaneidade. Gêneros textuais, corporais, enfim, gêneros e corporeidades. A temporalidade como índice do “agora” e ao mesmo tempo como um traço de esvaziamento deste. A agoridade retorna como tema e está presente em interlocutores que se reconhecem como inadequados em relação a esse mesmo presente. Assim, podemos pensar sobre imagens e imagens da literatura nos cursos de letras e nos cursores dos navegadores; refletir ainda sobre imagens da literatura brasileira e os limites derramados entre fronteiras de expressões. Estamos a ouvir “o amor está no ar”, por exemplo, e identificamos que os sites de relacionamentos nunca fizeram os cidadãos usuários da rede escreverem tanto entre si, sobre tudo e todos, e principalmente sobre si. Uma escrita que não pretende impressionar pela estética e tampouco se preocupa com recursos estilísticos; uma escrita que pode prescindir ou não de citações literárias, mas faz caso delas e com elas. Entretanto, os sítios de e sobre literatura aumentam a cada dia e se sofisticam em suas formas de apresentação, leia-se sedução, a fim de captar e coptar leitores para estes. A insurgência parece estar fora dos propósitos das “novas” expressões, ao mesmo tempo é encontrada como modo de dar visibilidade àqueles que produzem.Até que ponto, esta profusão de “línguas” a que estamos assistindo na rede e que vem invadindo outros espaços, quer enquanto tema, quer enquanto linguagem, está evidenciando um outro saber de experiências?Até que ponto