Vida e trajetoria de florence
Florença, a segunda das duas filhas do casal. Os pais eram pessoas religiosas, gente tradicional: Florence estava destinada a receber uma boa educação, a casar com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família. Mas logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de matemática, e era o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos 16 anos, algo aconteceu:
Deus falou-me escreveu depois e convocou-me para servi-lo. Um episódio que poderia caracterizá-la como uma mística, mas, diz o historiador
Lytton Strachey, a moça estava longe de ser uma beata desligada da realidade. Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela época, os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os ricos preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles, praticando com os indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a
Europa, visitando hospitais. Coisa que os pais não viam com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de vida desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que aprendera. Naquela época, Inglaterra e França enfrentavam Rússia e Turquia na guerra da Crimeia. Sidney Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de enfermeiras enviadas para o front turco, uma tarefa a que
Florence entregou-se de corpo e alma: cuidava