Vida E Obra Felix Guatari
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REVISTA N.º 25
Dezembro de 1992 - p. 47-50
Vida e obra de Felix Guattari
É difícil dizer adeus: do anti-édipo à ecosofia
Luis Alberto Warat
"Lo único inmutable en el hombre es su vocación para lo mudable; por eso la revolución será permanente, contradictoria, imprevisible, o no será. Las revoluciones-coágulo, las revoluciones prefabricadas, contienen en sí su propria negación, el Aparato futuro"
Julio Cortázar (falando de maio de 68)
I - A filoestética do desejo como filosofia
Internamente comovido, tentarei escrever, no momento de sua morte, sobre a obra de Felix Guattari, o expressivo intelectual francês que incansavelmente em sua fala celebrou a vida. Filósofo sem assepsias, ético sem moralismos, trabalhador da saúde mental sem amarras no inconsciente familiarista da psicanálise, semiólogo silvestre, esteta da praça pública, militante da vida quotidiana, ativo estimulador dos movimentos sociais que chamaria de "irruptivos", espontâneos, sem messias que os iluminem... Pois tudo isso foi este pouco ortodoxo intelectual que pretendia renunciar a essa condição para reafirmar-se enquanto tal.
Em linhas gerais, poder-se-ia dizer que Guattari foi o que eu chamaria de um "filoesteta" apegado à criatividade e às práticas de singularidade da subjetividade individual e coletiva (entendendo ainda que seria impossível a singularidade individual fora de contextos coletivos solidários): um ecologista da vida cotidiana em permanente questionamento das crenças preestabelecidas, dos desejos manipulados pelas instituições, das arrogâncias dos grandes princípios, enfim, de tudo o que impossibilitasse o devir do desejo para a sua própria singularidade.
Guattari foi um filósofo que tentou problematizar seu presente, fugindo, para isto, da confortável cápsula dos claustros universitários. Simbolicamente se auto-expulsou da academia para