Vida e obra de Lima Barreto

Não é só a morte que iguala a gente

Vida e Obra de Lima Barreto

Afonso Henriques de Lima Barreto, escritor brasileiro, um dos mais característicos representantes do romance urbano e de crítica social. Admirável retratista do Rio de Janeiro urbano e sobretudo suburbano, na linha de Manuel Antônio de Almeida e de Machado de Assis.
Sua literatura militante, como a chamou, despe com sarcasmo e forte crítica social a mediocridade dos padrões, valores e instituições de sua época, fixando a vida e os costumes cariocas da Primeira República. A substância de sua ficção é a vida da gente humilde e da pequena classe média dos subúrbios cariocas.
Rejeitado por editores, jornalistas e críticos, Lima Barreto, no entanto, criou uma grande literatura marcadamente nacional. Se não teve o crédito de seus contemporâneos, atualmente ocupa lugar importante entre os romancistas e contistas brasileiros.

Vida
Mulato e muito pobre durante a vida, Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro. O cenário de sua infância foi o asilo de loucos em que o pai era zelador. Aos sete anos, perdeu a mãe. Em 1897, conseguiu aprovação no vestibular à Escola Politécnica, mas desentendeu-se com um professor e foi reprovado várias vezes. Em 1902, viu-se forçado a abandonar o curso devido a problemas financeiros e à loucura do pai. Fez-se jornalista e, em seguida, passou a ocupar um cargo de funcionário na diretoria do expediente da Secretaria da Guerra, aprovado por concurso.
Em 1904, quando iniciou a primeira versão do romance Clara dos Anjos, que deixaria inacabado, já vivia dominado pelo álcool. Data de 1914 sua primeira estada no Hospício Nacional. Ainda lia muito e dominava considerável cultura. Em 1918 voltou ao hospital de alienados da Praia Vermelha (então dirigido pelo cientista Juliano Moreira, seu amigo). Nesse mesmo ano lançara no semanário ABC um manifesto de apoio à Revolução Russa de 1917.
Em 1919 deixou o hospício e candidatou-se à