Vida, obra e pensamento de HEGEL
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1 INTRODUÇÃO A Alemanha no final do século XVIII e início do século XIX é definida como caótica. O poder ilimitado de alguns governantes sobre a vida das pessoas, fazia-se sentir sobre a sociedade, que fragmentada, era submetida a inúmeros despotismos de segunda ordem e que competiam entre si. Formado pela Áustria e pela Prússia, pelos príncipes- eleitores, o país compunha-se de aproximadamente de trezentos territórios independentes. Não havia jurisdição e nem poder centralizado, predominava a servidão e qualquer leve indicação de tomada de consciência era reprimida com rigor. Sem lei, justiça, direitos e liberdade, à sociedade, vítima do poder despótico, falava unidade e espírito nacional. Próximo desse cenário, a França emergia da revolução que aboliu a monarquia absolutista, destruiu a ordem feudal e estabeleceu o predomínio da sociedade burguesa. Tal acontecimento foi muito saudado pelos círculos intelectuais alemães como uma nova era na história da humanidade, porém longe de sua perspectiva de revolução. A Alemanha, em virtude de seu lento desenvolvimento econômico, era muito atrasada em relação à França e Inglaterra. A classe média alemã fraca, dispersada e com interesses divergentes, dificilmente projetaria uma revolução. Assim, enquanto a Revolução Francesa começou por assegurar a realização da liberdade, à Alemanha coube apenas se ocupar com a ideia de liberdade. Suas classes “educadas”, por não exercerem ocupação prática, encontravam-se incapacitadas para tentar a reforma da sociedade. Dessa forma, a filosofia clássica alemã, (KANT, FICHT, SCHELING e HEGEL), construiu grandes sistemas “em resposta” ao desafio vindo da França à reorganização do Estado e da sociedade em bases racionais, de modo que as instituições sociais e políticas se ajustassem à liberdade e aos interesses do indivíduo. O sistema de HEGEL constituiu grande expressão desse idealismo cultural, a última grande tentativa