Via Uno
Após rápida expansão, empresa teve de reassumir operação e fechar lojas; agora, tenta reação para voltar a atrair parceiros
20 e maio de 2013 | 2h 07
Após a tentativa de sofisticar sua marca não dar o resultado esperado, a empresa gaúcha de calçados Via Uno se vê obrigada a se reinventar pela segunda vez desde sua fundação, há 22 anos. No início da década passada, a Via Uno deixou o mercado multimarcas para investir no varejo de moda e montar uma rede de 200 lojas. Mas a empresa se deparou com um cenário difícil: ao longo do último ano, a matriz assumiu quase todas as franquias e fechou um terço delas. Agora, busca saídas para permanecer na ativa e voltar a atrair franqueados.
Segundo fontes do mercado de calçados, a expansão se acelerou a partir de 2008, com uma ambição clara: criar uma marca sofisticada de calçados femininos para concorrer com a Arezzo. Em 2010, quando a expansão da Via Uno atingiu o ápice, a empresa faturou aproximadamente R$ 400 milhões. No entanto, a tarefa de oferecer um produto que durante muito tempo teve fama de popular como algo sofisticado se revelou mais difícil do que o previsto.
Quando a Via Uno decidiu se tornar uma empresa de varejo, a Arezzo já tinha trilhado este caminho havia pelo menos uma década. Em 1993, o empresário Anderson Birman fechou suas fábricas de calçados para investir na criação de uma butique de sapatos. "Construir a reputação de uma marca no mercado leva pelo menos dez anos", diz Alexandre Birman, filho de Anderson e atual presidente da Arezzo. "Mudar a percepção sobre um determinado produto é ainda mais demorado."
Os parceiros que embarcaram no projeto de sofisticação da Via Uno dizem que faltou maturação à estratégia e critério para definir o preço do produto. Em pouco tempo, o valor no varejo dos sapatos quase dobrou - na coleção de inverno, o preço passava de R$ 200. "Todo mundo reclamou que os preços estavam subindo rápido demais e que o público não