Velhice
Uma das características marcantes das últimas décadas é o processo de envelhecimento da população brasileira, decorrente da atual situação demográfica. A velhice refere-se ao estágio do ciclo de vida que começa aos 65 anos de idade. Idosos tidos como despossuídos; incapacitados; inaptos para o trabalho e impossibilitados para cumprir seus deveres básicos de cidadania, assim como a própria realidade demográfica, contribuem para a institucionalização do idoso em asilos. O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a perspectiva atual do idoso a partir do referencial teórico da psicanálise e possibilitar uma maior humanização aos asilados. A estratégia empregada para subsidiar estas reflexões consistiu em pesquisas bibliográficas e uma pesquisa de campo, realizada em uma instituição asilar de uma cidade do noroeste Paulista. Utilizou-se de dinâmicas de grupo priorizando-se a comunicação. O fenômeno do envelhecimento é uma realidade atual e crescente, o que torna relevante estudar mecanismos que ajudem essa população a ter uma vida digna e de qualidade.
Algumas considerações sobre a velhice: Uma visão psicanalítica
Um dos primeiros pesquisadores a considerar o desenvolvimento da personalidade como um processo contínuo ao longo da vida, foi Erik Erikson (1902-1994) que se baseava no princípio epigenético. Segundo esta perspectiva, o desenvolvimento ocorreria em estágios sequenciais definidos, sendo necessário que se desenvolvessem de forma satisfatória para que o desenvolvimento ocorresse com tranquilidade (Sadock, 2007).
Segundo Erikson as pessoas idosas pertencem ao último estágio do ciclo de vida (60 anos até a morte), conhecido como Integridade versus Desespero. A integridade ocorre quando há aceitação da própria vida, como algo que tinha que ser e não permitia alternativas. O desespero ocorre quando a busca pela integridade fracassa trazendo a sensação de que o tempo é curto para experimentar novos caminhos a fim de alcançar a integridade. O indivíduo