vanguardas
“Utilizarei a metaforização do termo vanguarda, ocorrida no decorrer do século XIX. Esse termo é de origem militar; no sentido próprio, designa a parte de um exército situado à frente do corpo principal, à frente do grosso das tropas” (1996, p.39)
Lúcia Helena em Movimentos da Vanguarda Européia define o termo vanguarda da seguinte maneira
“...vem do francês avant-garde e significa o movimento artístico que “marcha na frente”, anunciando a criação de um novo tipo de arte. Esta denominação tem também uma significação militar( a tropa que marcha na dianteira para atacar primeiro), que bem demonstra o caráter combativo das “vanguardas”, dispostas a lutar agressivamente em prol da abertura de novos caminhos artísticos”. ”( 1993, p. 08)
Como vimos, o próprio nome representa o que significaram as vanguardas, uma luta avançada, sempre voltada ao futuro, com intuitos de encontrarem caminhos inéditos no tocante da arte.
Precisamos saber também que a palavra vanguarda, a sua metáfora, inicialmente tornou-se um termo político e, em seguida, estético, conforme trata Compagnon
“Seu emprego político era generalizado, desde a revolução de 1848, como testemunha a personagem caricatural de Publicona Masson, nas Les Comédiens sans le Savoir ( Comédias sem Saber), de Balzac
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(1846) e, nessa época designava tanto a extrema esquerda, quanto a extrema direita; aplica-se ao mesmo tempo aos progressistas e aos reacionários” ( 1996, p.39).
De acordo com Compagnon, entre os anos de 1848 a 1870, a metáfora estética sofreu um deslocamento. Primeiramente a arte de vanguarda ficou a serviço do progresso social e se posicionou esteticamente à frente do seu tempo
“Esse deslocamento deve ser relacionado com a autonomia da arte, evocada a respeito de Manet: se a arte de vanguarda merece essa denominação antes de 1848, por seus temas, a