VANGUARDA TRABALHO DE ARTES
Podemos sentir certa falta de entusiasmo da moça ao olhar a obra. Ela parece esperar por algo que está distante. Lembra alguém com uma vida monótona, sonhando com algo maior.
Tão próxima do mar, a moça parece sentir o cheiro de água salgada e a brisa de fim de tarde em seu rosto. O sol parece estar quase se pondo. O céu tem uma cor amarelada, quente, que reflete no mar e se junta com o azul claro, frio. Ao fundo percebemos montanhas baixas e uma espécie de praia. Fora da casa está claro e dentro está um pouco escuro. As sombras se concentram nas pernas da moça e perto do chão da casa. O chão parece ser de tábuas e a parede estar com uma pintura ruim e envelhecida. A parede áspera faz contraste com a cortina azul de tecido leve e esvoaçante.
O vestido da moça, branco com detalhes azuis, também parece ser de um tecido leve e macio. As cores mais predominantes são azul e branco. São usados tons pastéis, cores não muito vivas.
A janela parece ser grande em relação ao tamanho da parede da casa. Passa a imagem de uma espécie de refúgio. Parte da montanha está refletida no vidro da janela, e a moça, que está apoiada sobre seus dois braços no parapeito, tem um de seus pés levantado, tocando apenas a ponta no chão, como posição de descanso.
A moça tem cabelos castanhos escuros, e usa um coque baixo, que passa a impressão de ter sido feito há algumas horas. Tem um físico um pouco volumoso e parece beirar os trinta anos. Não passa a imagem de felicidade ou realização. A moça parece não ter muito dinheiro, mas também não tão pouco que a faça passar necessidades. Parece ter uma vida calma e um pouco entediante. Parece almejar algo diferente.
Apesar do quadro não mostrar seu rosto, podemos entendê-lo por completo.
Essa é uma das primeiras e mais conhecidas obras de Salvador Dalí. Além de transmitir a sensação de equilíbrio e reflexão, é uma obra que permite várias interpretações em seus aspectos reais e irreais. A janela é uma abertura que permite