Vanguarda Russa

A CUSTOMIZAÇÃO COMO PRÁTICA NO SETOR DE MODA

O verbo customizar tem sido amplamente utilizado em nossa língua por vários setores de produção e serviços, no entanto poucos conhecem a origem do termo e a dimensão de seu conceito e aplicabilidade.
A palavra "customização” surgiu há pouco tempo e representa a corruptela da expressão em inglês "custom made", que por sua vez, significa "feito sob medida" e não, como alguns pensam que sua origem seria do substantivo "customer", que na tradução significa “cliente”. Portanto, o sentido adequado é individualização, e não "clientização". Para este mesmo conceito surgiram outros termos como o marketing personalizado ou empresa um-a-um. São estratégias de investir massivamente na comunicação personalizada e interativa, tendo como principal tecnologia a Internet, que possibilita com um banco de dado complexo, atender o consumidor naquilo que ele exatamente deseja ou necessita.
Historicamente, na medida em que a produção em série abriu a possibilidade de atender um número muito grande de consumidores, consequentemente sacrificou a personalização do produto ou serviço. O sistema produtivo precisou acompanhar a demanda de personalização, se reformular para entender e satisfazer as particularidades individuais que a produção artesanal e o atendimento em pequena escala proporcionavam ao cliente.
A interferência surgiu tanto na linha de produção dentro da indústria, com os artistas propondo um design modular que proporcionava ao consumidor a tarefa última de montar ao seu jeito, como nos produtos já industrializados em que o usuário interfere artesanalmente para uma maior personificação do produto.
Em relação ao vestuário, nos anos 60, como desprezo à sociedade de consumo, o jovem mostrou sua repugnância pelos confortos burgueses adotando a aparência das classes mais pobres: o blue jeans, o culto ao artesanal e o resgate de técnicas de tingimento de tecido, como o tye-die, permitiam igualmente a personalização das peças