Vanguardas russas

REVISTA ESCALA No 13

Cronos por Adriana Figueiredo e Carlos Murdoch

Vanguardas Russas
Antes de terminar a Primeira Guerra Mundial, a arte européia já demonstrava seus impulsos de vanguarda. Na Rússia, o cubismo, o futurismo italiano e a pintura francesa foam fundamentais para a formação de uma das maiores vanguardas européias do período. Em 1909, Michel Larionov trouxe a público uma pintura fora dos padrões da época: um quadro formado por raios coloridos que pareciam querer fugir da tela trouxeram à tona a idéia de que a pintura em si era mais importante que o objeto-tema do quadro. Essa foi a tônica do Manifesto Raionista, de 1913. Larionov e Natalia Gontcharova estabeleceram os critérios para uma nova pintura, abstrata, que “tomasse como lei básica a cor, da mesma maneira que a música tem sua vida real no som”. É importante citar o nome de Sergei Diaghilev. Crítico de arte, foi co-fundador da revista de arte “O Mundo da Arte” em 1899. Com o final da revista, em 1904, passou a organizar exposições de arte russa em São Petersburgo e Paris. E em 1908, começou a levar produções musicais, de ópera e ballet russos para Paris. Sua companhia independente chamou-se de Ballet Russo. Em 1909 transferiu-se com os melhores bailarinos para Paris, pois suas idéias anti-convencionais não teriam boa aceitação na Rússia. Foi uma revolução no ballet. Como empresário, Diaghilev conseguiu reunir a nata em todas as artes. Na dança, Anna Pavlova e Vaslav Nijinsky. Na música, Debussy e Strauss. Na coreografia, Mikhail Fokine. Os figurinos eram de Leon Bakst e cenários, de Pablo Picasso. A companhia atuou por 20 anos, até a morte de Diaghilev. Até a revolução de 1917, outras manifestações povoaram o universo artístico russo. Em 1913, uma exposição intitulada O Alvo apresentou um quadro do pintor Kasimir Malevitch que trazia um quadrado preto num fundo branco. A ausência da cor e total simplificação da forma causaram furor na crítica.

Em sua defesa, Malevitch dizia trazer na