"Vagabound"

1585 palavras 7 páginas
Disciplina: Ensino de História: teoria e prática (FLH 0421)/2012
Aluno: Namur Pinotti (nro USP 3215781)/noturno
Vagabond

Narrativa Há muito caminho. Não sei mais sobre o tempo e o espaço. Há diferença? O espaço é relativo, assim como o tempo, que também é inexorável. Percorri longas distâncias, conheci diversos lugares... cada qual com suas relevâncias, suas belezas, suas desgraças... Espaços relativizados por meus olhos e olhos de outrem... aos olhos e aos corações. Às acepções. Às significações. Taciturno, sento-me e observo. Sento e sinto-me... não sinto! Não tenho memórias, somente ecos do passado. Não sinto... os ecos reverberam e pouco me dizem. Não sinto... as pessoas não me veem, ou se veem, dissimulam. Há muito caminho. Neste entardecer, o Sol avermelha-se e sinto-me agraciado por este maravilhoso espetáculo. Percebo, então, que tenho sentimento e, portanto, não posso dizer nada sentir... A beleza desta planície na qual deita-se o crepúsculo ampliou minha visão. Sentir por sentir, sentimento trata-se de um jogo de palavras vazias, já que os ecos nada dizem. Mais do que o sentimentum, é o sentido que importa. Há muito caminho. Preciso dar um sentido a minha vida. Que vida? Os ecos nada dizem. O sentido que tenho para este momento trata de cada função psicofisiológica pelas quais meu corpo e mente sentem o meio... então, eu sinto! Sinto o Pai-Sol ir, despedindo-se com seus últimos raios a banhar-me a face... que gostoso... Lembro-me de que “Sol” em linguagem tupi-guaraní diz-se “Coaraci”. Mas como sei dessas coisas? “Coaraci”, “psicofisiológico”? Consigo ser prolixo comigo mesmo. Mas, não pedante, pois, tenho o significado, mas, e o significante? Os ecos nada dizem e os signos esvaziam-se. Ah, Pai-Sol. O senhor faz o dia e dá beleza à noite. Mas, se eu pudesse, eternizaria o momento do crepúsculo e a gama de raios e cores que a todos cobrem. Por outro lado, aquele sentimento de perda e saudade

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