Utilitarismo de jeremy bentham em oposição ao humanismo de immanuel kant (trecho)
Ao lado de James Mill, Jeremy Bentham é o principal nome e precursor da doutrina ética que veio a ser conhecida como utilitarismo. Podendo ser resumida pela máxima “a maior felicidade possível para a maior quantidade possível de pessoas”, essa doutrina estendeu-se do âmbito das relações simplesmente pessoais às políticas, econômicas e sociais de uma forma geral.
Em um primeiro momento, pode-se confundir o utilitarismo com uma espécie de holismo, que é uma visão de mundo baseada na idéia de que o funcionamento de um sistema não é explicado apenas pela soma de seus elementos, mas sim pela relação que mantêm como um todo. Em síntese, é a ideia de que “o todo é maior do que a simples soma de suas partes”[1]. Esse holismo poderia, inclusive, ser facilmente interpretado por um leitor que possuísse uma leitura menos atenta da principal obra de Bentham – Princípios da Moral e da Legislação:
“A comunidade é um corpo fictício, composto por indivíduos que são considerados como constituintes, como se fossem membros. O interesse da comunidade então o que é? A soma dos interesses dos vários membros que a compõem.” (BENTHAM, 1781)[2]
A diferença entre o utilitarismo e a visão holística seria de que a inclinação a agir para o bem do maior número de indivíduos – conhecido princípio utilitarista – deveria surgir do próprio indivíduo, não sendo essa “disposição ao bem” movida por uma mentalidade coletiva, como os ideais nazistas que Louis Dumont cita em seu trabalho sobre o Individualismo[3].
Ao defender seu princípio da utilidade, Bentham propõe criar leis e