Uso ou abuso?
Ângela de Lima Daltin, Cynthia Medina Ciamarro, Helena Vaz de Oliveira, Fernanda Veck dos Santos, Renata Callegari Ferrari, Thamilin Barão Silva – Graduação em Ciências Biológicas
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A história do uso de animais para fins didáticos é algo que acompanha a ciência desde aproximadamente 1550 a.C. até a atualidade. Durante o desenvolvimento do pensamento científico, Renée Descartes, filósofo francês da Renascença, afirmava que os animais não tinham alma, por isso não sentiam dor e eram utilizados de maneira, muitas vezes, irresponsável. A partir do século XIX, surgiram os primeiros grupos que contestavam o uso dos animais pela ciência, movidos pelo sentimentalismo. Desde então, fez-se necessária a criação de uma legislação que regulamentasse a sua utilização. No Brasil, a legislação vigente corresponde à "Lei Arouca", criada somente em 2008, que foi um grande avanço para o Direito Animal. Além disso, houve também o surgimento de Códigos de Proteção Animal, que restringem e fornecem alternativas para a prática com animais, no ensino superior.
Atualmente, os cursos relacionados à área biológica se utilizam de animais nas disciplinas de fisiologia, anatomia e técnicas cirúrgicas, principalmente. A metodologia com animais envolve a vivissecção (literalmente, "cortar" um animal vivo, anestesiado ou não), a dissecação (separar partes do corpo ou órgãos de animais mortos para estudar sua anatomia), a observação do comportamento animal, entre outros, para complementar a teoria apresentada em sala de aula. Os profissionais que utilizam os animais para fins didáticos alegam que o funcionamento, a estrutura e a coloração do organismo animal e humano são semelhantes. Além disso, o estudante aprende a lidar com imprevistos e a ter responsabilidade perante a vida. As práticas são realizadas de acordo com as leis da bioética.
Por outro lado, existem alternativas tão eficazes quanto a utilização