Uso do crack: um problema social restrito ás metropoles?
Teresinha Quadros∗
Dezembro de 1999
A conjunção de alguns fatos históricos que se verificam, sobretudo no mundo desenvolvido nos últimos 30 anos conduzem a mudanças nas relações tradicionais que se estabelecem entre o Estado, mercado e sociedade e conseqüentemente a um redesenho do universo institucional e das práticas sociais e políticas.
A década de 70 é marcada por grandes transformações no cenário econômico, social e político mundial que se desdobram de forma significativa nos dias atuais, conformando uma realidade histórica marcada por múltiplos desafios. O intenso desenvolvimento científico e tecnológico, que tem em sua base o que ficou conhecido como “Revolução micro-eletrônica”, associado a fatores de ordem econômica e política, contribuem para a desorganização da sociedade de base industrial e nacional ao redefinir as formas e as relações de produção, o mundo institucional e o relacionamento dos homens com os homens e destes com os produtos que produzem.
A emergência de um novo padrão tecnológico que se verifica neste final de século, resultante principalmente da nova configuração do processo de acumulação do capital, permite a produção de produtos e serviços cada vez mais sofisticados, elevando a competitividade pautada em diferenciais tecnológicos e de qualidade, uma vez que o conhecimento e a tecnologia não mais conseguem ser propriedade de um único grupo econômico ou país por muito tempo.
Neste contexto, se impõe a necessidade de que as informações e o conhecimento possam fluir livremente, gerando um saber produtivo de caráter coletivo e flexível que pressupõe novas bases produtivas, novas formas de organização da produção e novas sociabilidades, pautadas, sobretudo no poder de produção e difusão das informações.
O conjunto destas transformações parte, por certo, principalmente de um impulso inovador que se opera no mundo tecnológico, da