USO DE DROGAS NA INFÂNCIA
Introdução: As primeiras experiências com drogas ocorrem freqüentemente na adolescência. Nessa fase, geralmente ocorrem grandes mudanças biopsicosociais. Esses aspectos psicológicos, socioculturais e neurológicos têm sido amplamente pesquisados de maneira a entender a associação entre infância/ adolescência e a maior susceptibilidade em relação à experimentação e uso de drogas. Pesquisas baseadas em exames de ressonância magnética funcional, mostram que novas conexões cerebrais são formadas intensamente no cérebro adolescente, comparando-se apenas ao período pós-natal imediato. As maiores mudanças ocorrem no córtex pré-frontal, região que coordena o pensamento “executivo”, em outras palavras, a habilidade de usar a lógica, tomar decisões e avaliar possíveis riscos. Esta estruturação cerebral ajuda a explicar o porquê do comportamento peculiar do adolescente. Há uma complexa rede de neurônios que é ativada quando fazemos atividades que causam prazer, essa busca constante por estímulos prazerosos, está associada a um “sistema cerebral de recompensa”. Todos os comportamentos que são reforçados por uma recompensa tendem a ser repetidos e aprendidos. Biologicamente, esse sistema visa garantir a sobrevivência, através da motivação de comportamentos como comer, beber e reproduzir-se. O uso de álcool e outras drogas de abuso também estimulam esse sistema, muitas vezes gerando um prazer muito mais intenso do que as funções naturais. Por provocar inicialmente euforia e bem-estar, os adictos têm uma falsa sensação de efeito benéfico, porém, o uso repetido e frequente acabam conduzindo a um ciclo vicioso, que afeta o cérebro e outros órgãos. A ação de ínfimas quantidades de droga que chegam ao cérebro alteram, e muito, o comportamento, ao atuarem nos mecanismos normais da neurotransmissão. Faz-se necessário entender melhor os mecanismos psicológicos individuais e sociais embasam a drogadição. Afinal, todos possuem esses