Uso correto da crase
A palavra crase provém do grego krasis e significa fusão, junção. Em Português, ocorre a crase de duas vogais idênticas (a + a = à) . Tal fusão é indicada através do acento grave.
Pode ocorrer a fusão da preposição a com:
a) o artigo feminino a ou as:
Fui a a feira. Retornamos a as praias.
Fui à feira. Retornamos às praias.
b) o a dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo:
Fui a aquele lugar.
Fui àquele lugar.
c) o a do pronome relativo a qual e flexão (as quais):
A cidade a a qual nos referimos fica longe.
A cidade à qual nos referimos fica longe.
d) o pronome demonstrativo a ou as (= aquela, aquelas):
Esta caneta é semelhante a a que me deste.
Esta caneta é semelhante à que me deste.
Crase da preposição a com o artigo a(as)
Regra geral: haverá crase sempre que o termo anterior exigir a preposição a e o termo posterior admitir o artigo a ou as.
Eu me referi a (prep.) a (art.) diretora.
Eu me referi à diretora.
Fui a (prep.) a (art.) cidade.
Fui à cidade.
É fácil constatar nesses casos que houve crase. Se, ao trocarmos o termo posterior por um masculino correspondente, obtivermos ao, podemos perceber claramente a presença do artigo e, portanto, da crase antes dos termos femininos.
Eu me referi ao diretor.
Fui ao bairro.
Veja que, para que ocorra crase, é necessário que o termo anterior exija preposição a e o termo posterior admita o artigo a. Se um desses fatos não ocorrer, evidentemente não ocorrerá crase.
Eu conheço a diretora.
Eu me refiro a ela.
Trocando pelo masculino:
Eu conheço o diretor.
Eu me refiro a ele.
Crase diante de nomes de lugar
Com os nomes femininos que designam lugar pode ou não haver crase, uma vez que certos nomes de lugar aceitam o artigo a, ao passo que outros o repelem.
Para se verificar se um nome de lugar aceita ou não o artigo a, usa-se o seguinte artifício: se, ao formularmos uma frase com um nome de lugar mais o verbo vir, obtivermos a combinação da, cabe o artigo. Se