Urupês
PROVÍNCIA DO PARANÁ
Central XXX
Urupês – Monteiro Lobato
Prof. Eliana Martens
Coletânea de contos e crônicas em que o pré-modernista Monteiro Lobato inaugura um tipo de regionalismo crítico e mais realista do que o pitoresco e fantasioso praticado anteriormente, no Romantismo.
A crônica que dá título ao livro, Urupês, traz uma visão depreciativa do caboclo brasileiro, o
“fazedor
de desertos”, estereótipo contrário à visão romântica.
Entre os traços típicos de Monteiro Lobato, estão o tom moralizante e didático que também aparece nas obras infantis do autor, além de sua obsessão pela linguagem e gramática.
Narrador
Varia entre primeira e terceira pessoa. Na explicação do mestre em Literatura Enio José
Ditterich, o típico narrador de Monteiro Lobato é aquele “contador de causos”, um personagem que ouviu a história que está reproduzindo.
Personagens
Monteiro Lobato apresenta o homem como produto do meio, e utiliza traços do expressionismo alemão para compor muitos dos personagens de Urupês, incluindo o caboclo
Jeca Tatu da crônica-título do livro. “Dentro da estética expressionista, o mais evidente é o
Bocatorta, criatura grotesca semelhante ao
Corcunda de Notre Dame”.
Tempo
Está vinculado ao período do autor, portanto retrata o Brasil das primeiras décadas do século
XX. Suas descrições minuciosas de um Brasil primitivo, arborizado e provinciano fazem o leitor ser transportado para o período em que a história é narrada.
É preciso compreender muito bem o contexto histórico-social brasileiro do período a que pertenceu Monteiro Lobato, pois o autor está intimamente relacionado a ele.
Espaço
O espaço é bem definido, enfocando a paisagem do interior do estado de São Paulo, onde nasceu o autor. Lobato faz uma descrição detalhada da geografia, fauna e flora da região.
Muitas espécies descritas pelo autor já não existem mais e, portanto, são desconhecidas pelo leitor.