Urbanização
A sociedade brasileira mudou muito nas últimas décadas e os espaços urbanos passaram a concentrar a maioria das nossas contradições econômicas, políticas e sociais.
No início da década de 1930, a industrialização dava seus primeiros passos através do capital nacional e já apontava para uma nova etapa de desenvolvimento econômico que o país seguiria.
Com a entrada do capital internacional, a partir do final da década de 1950, o Brasil passou de nação essencialmente agrícola - exportadora de matéria-prima - a produtor de industrializados.
Esse processo resultou numa alta concentração urbana, significando alteração no ritmo e no modo de vida das pessoas. O espaço geográfico foi se transformando e somente uma análise crítica dessa dinâmica pode explicar a nova realidade que surgia.
Observar a paisagem industrial pode nos dar uma ideia desse processo de transformação, mas é buscando os "porquês", que vamos entender a indústria como o fenômeno econômico que caracteriza a fase moderna da nossa sociedade.
A urbanização é um processo que é parte de outros processos, de outras transformações de caráter mais amplo. Transformações políticas, econômicas e culturais que atuaram na origem e na evolução das cidades. Na sociedade contemporânea há inúmeros papéis urbanos, com acentuada divisão social e territorial do trabalho, diferindo das comunidades primitivas onde não existia divisão do trabalho.
Havia somente a divisão de tarefas em função das diferenças de papéis entre homens, mulheres, jovens e velhos. Assim como não havia a divisão social, não havia também a divisão territorial do trabalho: a que existe entre a cidade e o campo.
As primeiras cidades fundadas pelos portugueses na nossa faixa litorânea eram essencialmente mercantis, cidades-portos, por onde escoavam o pau-brasil, depois a cana-de-açúcar e depois o café. A partir delas, o Brasil se articulava à economia capitalista mundial como colônia agroexportadora.
Na sua forma de construção, eram