urbanismo

RESENHA – SÃO PAULO – RAQUEL ROLNIK

De acordo com a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, a cidade, em sua forma tradicional, é uma organização eminentemente política e social, onde cidadãos são vinculados à esfera pública por meio de direitos e deveres. As antigas fronteiras citadinas (bem definidas) delimitam seu território físico, o qual é considerado como forte pólo de atração populacional, desde a revolução industrial. Neste espaço urbano, um local é fundamental como essência da cidade: o centro, palco dos conflitos e atuações de todos os grupos representados na cidade.
Em sua publicação na folha, a autora ilustra esse conceito dentro da cidade de São Paulo, uma capital que ultrapassa 17 milhões de habitantes, sendo considerada uma das cidades-mundo do planeta.Isso significa que, ultrapassando seus próprios limites físicos – 900 quilômetros quadrados de área urbanizada, em 39 munícipios - , a aglomeração urbana ocupa hoje uma área que vai muito além disso. Tendo como consequência um centro de produção, distribuição, gestão e logistíca de uma rede de empresas que atuam em mercados regionais e internacionais, ou seja um imenso mercado, alimentado pela quantidade de pessoas que concentra: moradores, visitantes e "circulantes”. Essa dinâmica social, espacial e visual se mostra totalmente contraditória, quando se pensa em uma cidade historicamente bandeirante, provinciana, exploratória e em franca exploração. “ São Paulo bandeirante: desde sua fundação a marca da cidade é sua fronteira aberta, por onde entram os forasteiros do país e do mundo e de onde se sai para conquistar territórios",como explica a autora.
É importante ilustrar que a cidade se modifica na mesma medida que a sociedade que a compõe. Durante o último século, as atividades econômicas de maior expressão mudaram e, com elas, mudou a cidade. De grandes indústrias, as novas ações do capital se encontram no setor terciário (comércio e serviços prestados). Não existem mais os antigos conceitos de