Upp Social
A idéia de que ações sociais devem ou deveriam ser desenvolvidas paralelamente às ações policiais em territórios historicamente marcados por altos indicadores de violência é um consenso que tem tido a capacidade de colocar em concordância segmentos tão distintos como autoridades policiais, setores conservadores das classes médias, líderes comunitários ou ativistas dos direitos humanos.
Programas de prevenção de violência com elementos de intervenção social associados a intervenções ou reformas policiais foram desenvolvidos em variados contextos. No Brasil, entre os mais conhecidos estão o Programa de Redução de Homicídios de Diadema, o Programa Fica Vivo da região metropolitana de Belo Horizonte e o Pacto Pela Vida de Pernambuco.
Algumas características da violência no Rio de Janeiro, únicas no cenário nacional e raras no contexto internacional, pela presença de grupos criminosos armados controlando amplos territórios urbanos por mais de duas décadas, justificaram a definição de objetivos bastante específicos para a intervenção policial. Com criação das Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs. Basicamente, o modelo policial, segundo documentos da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, tem como objetivos: Retomar o controle estatal sobre comunidades atualmente sob forte influência da criminalidade ostensivamente armada. Devolver à população local a paz e a tranquilidade públicas, necessárias ao exercício e desenvolvimento integral da cidadania. Contribuir para quebrar a lógica de “guerra” existente no estado do Rio de Janeiro. Segundo o mesmo documento, as UPPs não têm por objetivo: Acabar com o tráfico de drogas; Acabar com a criminalidade; Apresentar-se como solução para todas as comunidades; Transformar-se na panacéia para todos os problemas sócio/econômicos das comunidades.
Observa-se, portanto, que as UPPs, diferentemente de outras experiências de redução da violência, não