Universidade em Angola
O século XX foi caracterizado pela divisão do mundo em dois blocos políticos antagónicos, legitimados por dois sistemas ideológicos opostos. O sistema capitalista e o sistema socialista. Ao analisarmos os factos históricos e as justificações políticas que levaram à criação das Universidades em Angola, constatamos que esse processo obedeceu, também, às lógicas e contradições dos dois sistemas ideológicos.
A dimensão histórica da Universidade em Angola assenta na Universidade Agostinho Neto (UAN) por ser a pioneira e pública no Ensino Superior no país.
A universidade pública de angola é uma construção que terá começado como parte das estratégias da administração colonial que, para além do objectivo confesso, o de elevar o nível de formação nas províncias ultramarinas, tendia implicitamente a condicionar o processo revolucionário angolano. Com o fim da colonização, o papel da universidade alternou-se como via para a criação de um proletariado intelectual e, com ele sugerir a consolidação da independência e a projecção do desenvolvimento do país. O presente trabalho não está centrado na componente da investigação científica nos tempos da génese da Universidade pública de Angola, mas trazer à tona as etapas testemunhadas pelo tempo no espaço por onde ela trilhou para hoje tomar a dimensão de Universidade.
1. UNIVERSIDADES AFRICANAS
Sabe-se, de forma geral, que a Universidade surgiu no ocidente na Idade Média, construindo deste modo a sua sapiência que em alguns círculos a tornou admirada, receada por alguns e desacreditada por outros. Sob o jugo cultural e económico da Igreja Católica tirando partido do aperfeiçoamento e do desenvolvimento do saber dos clérigos.
As primeiras escolas dedicadas a formação têm o seu palco embrionário na Europa, a academia dirigida pelo filósofo Platão e a criação do Liceu pelo filósofo Aristóteles na antiga Grécia propiciando uma formação à pessoas adultas (andragogia).
Já na África meridional, a história