QQ Advogados Angola 2010
FOTO JIM ARBOGAST / GETTY IMAGES
Q
QUEM é QUEM
ADVOGADOS
EM ANGOLA
A FORÇA
do mercado angolano de advocacia
editorial
Os agentes
“infiltrados”
A advocacia, um barómetro fiel dos tempos modernos, espelha o estado da arte de Angola: uma potência em crescimento, com via verde para o mercado português onde as oportunidades persistem.
FRANCISCO TEIXEIRA, jornalista
o
Os índios liam no fumo que, à saída, do cachimbo se evaporava nas planícies do ‘midle-west’, os aborígenes nas pedras que lançavam chão-fora, os políticos encomendam sondagens. Sempre o mesmo objectivo: compreender a realidade, antecipar o futuro.
É, aqui, que os advogados têm sempre uma palavra a dizer, valor acrescentado. São os barómetros dos nossos tempos, cheiram as crises e as oportunidades como só um agente secreto infiltrado consegue. Seja em Lisboa ou em Luanda.
O Quem é Quem Advogados em
Angola que o Diário Económico lança retrata bem essa realidade.
Um mercado de advocacia, tal como a economia, em crescimento mas também com as dores que o crescer trás sempre. Dos 1.616 advogados inscritos na Ordem (Portugal conta com cerca de 26 mil)
59% são estagiários, sendo que mais de 90% são juristas que exercem em Luanda. Na província do
Huambo, por exemplo, com um
1,2 milhões de pessoas numa área equivalente ao Alentejo e Algarve existem 16 advogados. Conclusão? Não há advogados sem clientes, nem advocacia sem causas e deve ser aplaudido o esforço, sem resultados imediatos ou truques de magia, que muitos escritórios portugueses fazem para manter presença em Angola. Com custos fixos elevados (há quem gaste meio milhão de euros/ano só para ter as portas abertas) é positivo vermos um dos sectores de ponta do nosso país a exportar ‘knowhow’. A língua e a cultura ajudam, é verdade, já os atrasos no pagamento de honorários complicam mas o trabalho da formiga que evita ser cigarra