Universidade dos pés-descalços: perguntas.
O modelo de universidade proposto por Bunker Roy é bem diferente do que temos em nossa sociedade, você acha que o modelo dele funcionaria em nosso país ultimamente?
Não ultimamente, mas se tivéssemos esse tipo de universidade ‒ mesmo que isoladamente ‒ desde que éramos colônia, poderia ter se tornado algo comum em nossa vida. Hoje em dia seria muito difícil (talvez impossível) estabelecer o modelo de Bunker por causa de motivos óbvios: nosso modelo de universidade é totalmente diferente, e já é tarde para poder mudá-lo.
Quais medidas seriam necessárias para adaptar as nossas universidades ao modelo de Roy?
Diria que construir alguns campi em cidades que não possuem um nível de educação tão alto seria um início. Se a Universidade dos pés-descalços fosse logo implantada em uma metrópole poderia não dar certo devido ao choque que causaria nos cidadãos, e também porque as pessoas pensariam: “Por que eu iria para uma universidade que não me dá nenhum diploma, nem acréscimo a meu currículo?”. Em cidades menos favorecidas, onde as pessoas não tem qualificação (e nem precisam), a UPD seria bem vinda devido ao fato de que ela ajuda a própria comunidade, universidade essa que os estudantes mesmos constroem. Em outro momento a UPD poderia se transferir para várias cidadezinhas até ser bem aceita pelas metrópoles, porém isso só seria possível se o governo incentivasse compulsivamente a iniciativa.
Seria possível dizer que a Universidade dos pés-descalços não traz nenhum avanço na tecnologia, ou qualquer outra área, já que não há projetos de pesquisa científica nem semelhantes?
Claramente não. A UPD traz sim muitos avanços, por exemplo: cidades em que as pessoas fazem seu aquecedor à energia solar; as crianças têm a oportunidade de comandar seu próprio “governo” e ter a chance de conhecer os políticos de outros países. Que país tem isso hoje em dia? Isso aumenta o nível de educação e cultura dos cidadãos em um nível