Une Femme est Une Femme
Une Femme est Tragédia ou Comédia?
Trabalho a ser entregue ao Professor Reinaldo Filho da Disciplina de História do Cinema III
Fernanda Contento Gomes
Mat: 41316391
2015
Une Femme est Tragédia ou Comédia?
Um filme deve ser expressão da visão de mundo de um autor, em que aja inseparabilidade entre o que se vê e o que o diretor pensa. O que está fora de propósito é que um filme, concebido como meio de expressão artística, seja desvinculado de quem o realizou. A Nouvelle Vague foi uma corrente artística intimamente ligada a esse conjunto de conceitos críticos baseado numa revista tomada por jovens ansiosos por um cinema experimental, que ia contra o padrão industrial hollywoodiano predominante da época. Esta era uma ideia inovadora, que reivindicava o reconhecimento do diretor de cinema como autor de suas criações, elevando a mise-en-scène como meio de expressão autônomo da obra literária e projeto estético, numa época em que o diretor de cinema não era visto com tanta importância pela indústria cinematográfica.
“Todo filme é o resultado da sociedade que o produz” diz Jean-Luc Godard. Suas obras confluem para que se tenha o espírito de transgressividade da época por meio de um filme. Na Nouvelle Vague, se fala pela primeira vez de um ideal de mulher moderna. O cinema até os anos quarenta retratava a mulher de forma submissa ao homem, construindo toda sua narrativa pela perspectiva masculina da mulher fatal e sexualmente explorada, focando nos desejos e fantasias masculinos. Já as protagonistas do cinema nouvellevagueano são ativas, independentes, fruto da revolução sexual que permeava a época. A mulher no cinema de Godard é a construção da crítica de uma política sexual e ruptura da imagem que até então carregavam. O cineasta até mesmo dedica um filme inteiro para explorar o tema.
Mais do que a vontade de ter um filho, Une femme est une femme é um tributo à mulher. Angela representa a liberdade social e sexual da mulher dos anos