“Uma visão sobre a evolução da consciência ambiental no brasil nos anos 90”,
O discurso ambientalista no Brasil foi sim internalizado como consciência generalizada e prática coletiva, tendo produzido inclusive uma agenda pública. Seu desenvolvimento está relacionado a uma série de eventos dramáticos que a pauta dos chamados problemas globais fez surgir. Mas não foi sempre assim. Houve uma época em que a industrialização implicava em desenvolvimento, tendo acontecido que após pesquisas sobre a contaminação do ar em Cubatão passaram a ser conhecidas espécies de efeitos indesejáveis, trazidos com o que se entendia como progresso econômico. É o que comunica a Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo, Samyra Crespo, em artigo de sua autoria intitulado “Uma visão sobre a evolução da consciência ambiental no Brasil nos anos 90”.
Por intermédio de linguagem relativamente acessível, o artigo revesa momentos de narração com observações diretas da autora, as quais nos aproximam mais da realidade. Por outro lado, Crespo não nos diz o que é consciência ambiental, que, para Simon Schartzman – conforme palestra preparada para abertura do Curso de Educação ambiental na semana do meio ambiente, em 07 de junho de 1999 - é, em outras palavras, pensar na importância do ambiente em que vivemos, que deve ser preservado como um tesouro que temos a responsabilidade de guardar, e que não devemos destruir nem desperdiçar.
Para Samyra, até a Rio-92 não havia resultados de pesquisas, pelo menos não disponíveis, no Brasil, que tinha vivido, nos anos 60 e 70, tempos difíceis em meio a regime político autoritário. Além disso, a problemática não estava na agenda pública, pesquisas de opinião são caras e interesse sobre o meio ambiente era coisa da classe média. Ora, neste sentido, é claro que não interessava ao governo brasileiro sequer estimular a opinião pública, menos ainda divulgar resultados sobre como o povo