Uma viagem ao redor da terra do sol poente
1160 palavras
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Primeiramente quero dizer que a minha cidade é bem pequena, mas não é um lugarejo, e por isso mesmo não vai perder a pecha de cidade. Pequena que seja, há aqui muita coisa do que se encontra em cidade grande. Havia um tempo em que os moradores de lugares pequenos estavam relegados, distantes de todos os acontecimentos do mundo a sua volta. Hoje não há muita diferença entre um aldeão e um metropolitano. O globo está ao acesso de qualquer que seja. No início os japoneses lha puseram o nome de Pirianito, uma corruptela de Periquito; pois, encontraram muitas dessas aves na matas na região, e, por um erro de pronúncia o nome pegou. Anos mais tarde o nome dado foi substituído por influência dos próprios japoneses para Uraí, originário da expressão Ura-hi, que significa, dizem eles, terra-do-sol-poente. Os japoneses têm muito disso de deixar uma marca nos lugares em que chegam e passam suas vidas. O fato é que tanto os japoneses quanto todos os outros imigrantes que chegaram nesta terra acabaram gostando um bocado dela. Há muitos descendentes de italianos, e provavelmente formam a segunda maior comunidade. E, através desta minha viagem pelas suas ruas e ao seu redor, o prezado leitor irá, pouco a pouco, imergindo lentamente nesse pedacinho do mundo. *
Eu ainda não acreditara que naquela manhã o sol havia nascido tão forte e brilhava com excelente fulgor. O tempo fora chuvoso por muitos dias. Era a estação do inverno e, nessa época do ano, as chuvas duram muito tempo. Isso foi lá pelo mês de agosto. “Está invernando”, diziam as pessoas, “a chuva não pára”; vociferavam outros, às vezes deixando escapar palavrões fortes, sempre impacientes. Ao bem da verdade às vezes a chuva dava uma trégua, mas o céu ficava com nuvens cinzentas escuras e aquilo ia causando uma tristeza profunda em muita gente, principalmente em mim que sempre amei o sol com uma paixão incontrolável. O astro rei sempre foi uma das forças propulsoras de minhas longas caminhadas, da minha