Uma Radiografia do Ensino de Graduação em Administração Pública no Brasil (1995-2006).
Segundo Coelho a hipótese de que o ensino de graduação em administração pública nacional está se revalorizando, de tal maneira que o ensino resulta da conjuntura do Estado e estimula-se com os projetos de reforma administrativa, é verossímil, diante da reforma do Estado no Brasil (e do déficit de gestão pública nos governos), além do crescimento do setor público não-estatal, que a formação acadêmica em administração pública esteja paulatinamente - se (re) idealizando nas instituições de ensino superior (IES).
“O processo de mudança pelo qual passa a gestão pública brasileira a partir da década de 1980 é influenciada por um conjunto de fatores de pressão, que podem ser divididos em duas agendas – a democrática e a neoliberal [gerencial] – exigindo dos governos, ao mesmo tempo, mais democracia e mais eficiência. Por um lado, a agenda democrática reivindica novos direitos sociais e políticos, equidade nos resultados das políticas públicas e democratização dos processos decisórios, pela divisão de poder do governo federal com estados e municípios e por meio da construção de canais de participação da sociedade civil. A agenda neoliberal [gerencial], por outro lado, ganhou força em função da crise financeira (...). Pregava a redução do tamanho do Estado e cobra mais eficiência, eficácia e qualidade na prestação dos serviços públicos.” (SCHOMMER, 2003, p. 105).
Coelho diz que embora essas transformações ocorram desde os anos oitenta, é no pós-95 que a gestão econômico-fiscal, a modernização institucional-administrativa e a governança social entram definitivamente na agenda do setor público-estatal no país, intensificando suas adoções práticas na União, nos estados e nos municípios.
Nos estados, a instabilidade das contas públicas motivou e motiva, além do acerto fundamento, modificações na gestão pública