UMA EXPERIÊNCIA CLÍNICA COM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS.
Graciele Dotto Castro, Gabriela Felten da Maia, Alfredo Leocádio Ribas Lameira (orient.) (UFSM).
O presente trabalho é desenvolvido com moradores de um asilo da cidade de Santa Maria, RS. Ao longo da trajetória, buscar formas diferenciadas de intervenção com os idosos que pudessem permeabilizar os limites institucionais e romper com as práticas naturalizadas e psicologizadas hegemônicas, se fez necessário. Esta proposta foi pensada como uma possibilidade de criação de espaços individuais e coletivos de acolhimento não moralizadores das experiências de si, sem visar uma ‘retificação’ das subjetividades, mas sim oferecer uma escuta ao sofrimento, às formas de subjetivação emergentes, as sociabilidades que estão sendo produzidas com o objetivo de produzir redes e espaços de singularização. Para tanto, circulávamos pelos espaços, acompanhando a movimentação do asilo, deixando-nos levar pelos acontecimentos. Utilizávamos desde estratégias técnicas tradicionais como entrevista e observação participante até experimentações mais ousadas, como aproximação da clínica psicológica com a arte. A pretensão era o mapeamento uma certa clínica. O que se deu no decorrer da pesquisa, e se impôs como uma necessidade, na medida em que foi apresentando muitos elementos com os quais dialogar. Uma clínica peculiar foi se constituindo a cada encontro com os idosos, permitindo a criação de dispositivos de escuta, favorecendo que no encontro os sujeitos se afetassem e fossem afetados, o que levou a uma lenta aproximação de ordem terapêutica.
Constatamos ser fundamental a constante problematização e análise tanto dos conhecimentos já disponíveis como a produção de diferentes conhecimentos. Acreditamos que as intervenções clínicas não se fazem separadamente da produção do conhecimento, e que estamos implicados politicamente nesta produção. A pesquisa na área de psicologia, em especial sobre produção de