Uma breve reflexão sobre os impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes do cultivo da cana-de-açúcar para produção de etanol
O presente artigo tem como objetivo apresentar uma breve reflexão sobre a realidade da produção do etanol brasileiro a partir dos impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes dos métodos adotados em sua cadeia produtiva. Além disso, o presente trabalho tem por justificativa o crescimento do setor sucroalcooleiro voltado para a produção de etanol, o qual se baseia em métodos contrários ao conceito de sustentabilidade ambiental. Objetiva-se, então, fazer uma análise da viabilidade do uso da cana-de-açúcar como tecnologia limpa frente à realidade sócio-ambiental de sua cadeia produtiva no Brasil, por meio da identificação dos principais impactos sociais, econômicos e ambientais gerados por esta atividade e quais as alternativas para mitigação destes. O álcool como alternativa sustentável ao uso de Petróleo e derivados é uma questão a ser discutida, não se pode afirmar com propriedade as vantagens ambientais obtidas pela produção de cana-de-açúcar, uma vez que da produção sucroalcooleira, derivam passivos socioambientais.
Palavras-chave: Cana-de-açúcar. Etanol. Produção. Impactos.
1. INTRODUÇÃO
O funcionamento da economia moderna depende diretamente do abastecimento de cinco vetores energéticos, quais sejam o carvão, o petróleo, o gás natural, a energia nuclear e a hidroeletricidade. Sendo que os quatro primeiros são fontes energéticas não renováveis, dispondo de reservas limitadas. E dentre todos os citados, o petróleo caracteriza-se como elemento base da matriz energética mundial.
No entanto, em razão do acelerado crescimento da demanda mundial por energia nos últimos anos, evidenciou-se a limitada capacidade de produção, marcada pela subida do preço do barril de petróleo e pelo déficit de adequação da capacidade de refinação, gerando incertezas quanto ao suprimento futuro. Dessa forma, face ao não longínquo esgotamento do petróleo, vêm à tona discussões acerca da necessidade de uma mudança na matriz energética mundial, baseada no uso