Uma breve história do tempo.
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Em 1988 Stephen Hawking publicou sua hoje famosa "Uma Breve História do Tempo" (editada no Brasil pela Rocco), do ponto de vista de um físico teórico ou cosmólogo. No entanto essa não é a única história do tempo possível. Uma alternativa é escrever a história do tempo do ponto de vista de um historiador cultural ou social, examinando os sistemas de tempo de acordo com nossas construções sociais ou culturais. À primeira vista essa visão cultural do tempo pode parecer estranha, pois é difícil pensar nossa própria experiência de tempo ou percepção do tempo como algo que não seja natural, mas uma abordagem comparativa logo estabelece a variedade dessas experiências e percepções. A percepção do tempo de uma criança, por exemplo, é muito diferente da de um adulto. Lembro-me de minha mãe parando na rua para conversar com amigas durante o que para mim, com 4 anos, pareciam horas, enquanto pelo tempo do relógio a conversa provavelmente durava apenas 5 minutos. Também há diferenças nas noções de pontualidade em diferentes partes do mundo. Como inglês, eu tive de aprender a não me surpreender com que uma conferência na Itália, digamos, ou no Brasil comece pelo menos meia hora depois da hora impressa no programa, em vez de 5 minutos depois, o que me parece normal e "natural". O choque cultural é pelo menos tão grande no sentido inverso, como os ingleses percebem ao visitar uma cultura ainda mais rigidamente pontual, como a da Alemanha! Como Gilberto Freyre gostava de dizer, o mundo anglo-saxão era governado pelo "tempo mecânico", ao passo que os ibéricos viviam de acordo com o "tempo