Uma análise sobre Arte Contemporânea

O trabalho desenvolvido ao longo da disciplina Arte Contemporânea revelou uma proposta didática interessante de ensino. Uma vez que desobedece, em certo grau, uma abordagem cronológica do processo produtivo do campo das artes, suas mudanças e transformações ao longo da história. Essa metodologia contribuiu com a dinâmica do aprendizado, permitindo ao aluno, flutuar de uma época a outra, podendo assim, comparar as transformações ocorridas nos movimentos artísticos, apreendendo suas possíveis ligações e rupturas, delimitando marcos ou pontos de partida do processo histórico da produção artística. Tomando os rótulos com cautela, porque nem sempre determinado período da História explica o conceito de uma obra.
Ao trazer para o debate o conceito de Arte Contemporânea, partimos de uma análise de outros ramos já sacralizados no universo artístico, como o Realismo e Modernismo. Que a partir deles podemos, de certa forma, aferir delimitações que marcariam, talvez, a fronteira entre esses movimentos com o que hoje chamamos de Arte Contemporânea.
Em determinado momento, as vanguardas européias já demonstram transformações drásticas nas produções artísticas, o impacto é evidente, e a partir desse movimento, consolida-se o surgimento de trabalhos que se desprendem de técnicas e da erudição antes inseparáveis da produção artística.
O século XX foi um período que marcou grandes impactos nas relações humanas. O capitalismo, as guerras e as novas tecnologias, vieram a questionar condutas e forçar a reflexão da existência humana. Tudo isso se torna um fator catalisador de mudanças que reflete diretamente no mundo da arte, que potencialmente é a forma mais comum que o ser humano usa para se expressar.
Claro que só isso não explica as mudanças no universo artístico, que internamente tinha seus próprios conflitos e questionamentos. O que favorece uma dinâmica constante de críticas e auto-reflexões.
Creio que a Arte Contemporânea se encaixa entre esses dois argumentos.