Uma análise convergente de manipulação social e globalização acerca do ethos publicitário
Genuíno Carvalho
Resumo: O ideal deste trabalho é discutir como o ethos publicitário contribui para a transformação de valores sociais, através de recursos como a persuasão e distinção de linguagem dos produtos midiáticos. Para tal, relativiza a existência de manipulação da sociedade, abordando conceitos acerca dos produtos midiáticos e da indústria cultural na teoria de Frankfurt e os corpos dóceis na análise de Michel Foucault. Bem como a contribuição e limitação da convergência de mídias sob a ótica de Scolari e a globalização e seus efeitos culturais na visão de Renato Ortiz.
Palavras-chave: Ethos. Publicidade. Comunicação. Indústria Cultural. Corpos Dóceis.
Introdução
Uma discussão comum à área da lingüística é sobre a imagem do ser dentro do discurso, que se denomina ethos. A origem do termo já perpassa muitos séculos, advindo da Grécia, mas sua introdução na análise crítica do discurso só é vista com clareza quando Dominique Maingueneau se dedica ao estudo do mesmo, no ano de 1980.
Vale lembrar, ainda assim que, o ethos mesmo que represente a imagem de si no discurso, não necessariamente é sincera, pelo contrário, a construção da imagem do enunciador para o público varia da intenção do indivíduo/empresa que conduz o processo enunciativo. Relacionado ao mercado, há uma alta aplicabilidade dessa concepção imagética, pois integra cada vez mais publicidade e propaganda, unindo a venda do produto à divulgação de idéias e valores. Tratando-se de comunicação é possível inferir que o ethos desloca-se para o campo capitalista à medida que colabora para o consumo exacerbado e impulsivo de produtos midiáticos oferecidos pela indústria cultural. Consumo este que leva à relativização da existência e do teor da manipulação das mídias sobre a sociedade. Contudo a aplicação dessa máxima na vida cotidiana traz consequências ao meio social, o que se comprova nas