um olhar sobre o delinquente
Notícias de tragédias injetam adrenalina nas horas iniciais do cotidiano de milhares de leitores, ratificando ao inconsciente de que mais uma vez escapou ao infortúnio na loteria. Prazer que se completa com notícias semelhantes no noticiário noturno. Vários fenômenos contribuem para que a dor de outro seja percebida, inconscientemente, como irrelevante ou prazerosa. Um deles relaciona-se com a percepção, já que ela oculta-se no colorido geral dos acontecimentos. Transforma-se em cocaína emocional que precisa ser cada vez mais ingerida para proporcionar o mínimo de satisfação. Outro fenômeno, também ligado à percepção, diz respeito à habitualidade, que banaliza os eventos costumeiros. A mente desenvolve mecanismos de defesa para eliminar o dano ao psiquismo, fazendo o habitual desaparecer. É caracterizado como a “síndrome do mendigo da porta da igreja”. O prazer na dor de outro também pode refletir uma característica de personalidade antissocial, em que o individuo agride a sociedade, representada pelo objeto da raiva.
O prazer psicológico do exercício de uma ação pode ser a resposta para um ato delinquente, e receber adrenalina por tais ações faz com que o individuo possa vir a achar “interessante” a experiência e tornar a repeti-la, podendo tornar-se um delinquente. Porém, às vezes, esse efeito de prazer não é percebido, muitas vezes pela habitualidade de tal fato.
A primeira forma, de como se da à delinquência citada é o delinquente, que vê o prazer ou irrelevância na dor do outro.
Esse prazer pode ser um reflexo de uma personalidade antissocial, em que a pessoa tenta agredir a sociedade, objeto da raiva. Estes fenômenos se associam ao condicionamento e a observação de modelos; o indivíduo condiciona-se a provocar a dor a fim de conquistar algo que deseja, mesmo que seja inconscientemente, que é o caso das crianças; há a imitação de modelos, onde a pessoa se espelha numa pessoa, o qual é admirado pela mesma, e imita suas