Um olhar sobre as cidades
Por Manoel Nascimento1 em 14 de setembro /2009
Este texto sobre a situação atual das cidades e do planejamento urbano foi apresentado pela primeira vez em formato de apresentação “.ppt” na Semana de Integração da UNICAP, em Recife, em agosto de 2008. Foram feitas algumas modificações para adaptá-lo ao formato do blog.
1. Mundo
As cidades tendem a se tornar o principal habitat da humanidade. Pela primeira vez – e isto, historicamente, é um fato histórico comparável ao Neolítico ou às revoluções industriais – a população urbana da Terra será mais numerosa que a rural. Na verdade, dada a imprecisão dos recenseamentos nos países pobres, é provável que isso já haja acontecido. O campo, no mundo todo, chegou à sua população máxima, e começará a encolher a partir de 2020. Em conseqüência, as cidades serão responsáveis por quase todo o crescimento populacional do mundo, cujo pico, de cerca de 10 bilhões de habitantes, espera-se que aconteça em 2050. 95% deste aumento ocorrerá nas áreas urbanas dos países em desenvolvimento, cuja população dobrará para quase 4 bilhões de pessoas na próxima geração.
A ONU encontrou em 2000 um número de 2,9 bilhões de habitantes nas cidades (47% da população mundial total), e projeta que este número crescerá para 5 bilhões em 2030 (60% da população mundial total projetada); além disso, antecipa que, entre 2000 e 2030, quase todo crescimento populacional mundial se dará nas áreas urbanas de países em desenvolvimento. A escala e a velocidade da urbanização dos países pobres batem a Europa em seu período áureo: Londres, em 1910, era sete vezes maior do que em 1800, mas Daca (Bangladesh), Kinshasa (Congo) e Lagos (Nigéria), hoje, são aproximadamente quarenta vezes maiores que em 1950.
A tendência é a da formação de megacidades, como um “leviatã” chamado Região Metropolitana Ampliada Rio-São Paulo, com população projetada de 37 milhões de habitantes, ou a aglutinação pela Cidade do México de cidades como