Um estudo sobre infra-estrutura: impactos produtivo s, cooperação público-privado e desempenho recente na América Latina
América Latina
Pedro Cavalcanti Ferreira
Fundação Getulio Vargas
João Mário Santos de França
UFC e Fundação Getulio Vargas
1. Introdução
Este trabalho busca discutir de forma sucinta a imp ortância da infra-estrutura – telecomunicações, estradas, saneamento, energia, et
c. - para o desenvolvimento econômico da América Latina e modalidades recentes em que sua oferta se deu na região, focando aqui principalmente na participação da iniciativa p rivado no setor.
O processo de industrialização da América Latina te ve entre suas principais características elevados investimentos em infra-est rutura. No período que vai do pós-guerra até finais dos anos setenta se observa um crescime nto acelerado dos investimentos em energia elétrica, telefonia e transportes, entre ou tras razões porque a oferta destes serviços era vista como um “gargalo” para o desenvolvimento da região. No Brasil, por exemplo, a capacidade nominal instalada de energia elétrica au menta mais que 17 vezes entre 1950 e
1979, o número de telefones instalados aumenta 14 v ezes no mesmo período e os quilômetros de estradas pavimentadas em 36 vezes (F erreira e Maliagros(1999)). Ao mesmo tempo o PIB cresce 8,6 vezes e o PIB per capi ta cerca de quatro vezes. Como veremos neste artigo, o impacto desta expansão obse rvada na infra-estrutura da região sobre o crescimento econômico, como indica uma vast a literatura sobre o tema, foi provavelmente forte.
A partir da década de 80 a América Latina e o Carib e enfrentam uma série de crises econômicas que, entre outros fenômenos, se reflete em quase que generalizada deterioração financeira dos Estados, endividamento crescente dos governos – e em muitos casos incapacidade de se fazer frente a estas obrigações financeiras. Em vários países da região, como por exemplo, Brasil, Argentina e Bolívia, obse rva-se também