Um esporte que dá pena
Futebol, tênis ou handebol. Qualquer esporte se caracteriza por um sujeito, quem pratica a ação, e objeto, aquele que sofre. Entretanto, uma prática que, lamentavelmente, vem mergulhando neste conceito é o abuso e exploração de crianças e adolescentes. Este apresenta um objeto indefeso, puro e carregado com a mais doce candura da infância, ou a vivacidade da adolescência. Podendo ou não ter contato físico, este tipo de violência, em que um adulto se utiliza de crianças ou adolescentes para seu prazer sexual, marca a vítima para toda vida, deixando sequelas físicas e psicológicas.
Conforme dados apresentados pela Comissão Intersetorial de Enfrentamento da Violência Sexual do Ministério da Justiça, a cada ano, um milhão de crianças são vítimas da exploração sexual no mundo. Desse total, cerca de trezentos mil estão no Brasil. Diante de tal proporção é preciso refletir, afinal, nossas crianças não se prostituem, elas são prostituídas pela sociedade. Elas são abusadas pela impunidade da legislação penal brasileira que ainda possui lacunas a ser preenchidas.
O abuso e exploração sexual é, sem dúvida, a pior forma de violação dos direitos humanos. E detectá-los, muitas vezes, não é tão fácil. É importante estar atento a mudanças de comportamento, como por exemplo, agressividade e auto reclusão, principalmente, quando a agressão acontece no próprio lar. Muitas crianças, desde sua tenra idade são impedidas de crescer como tal, de brincar alegremente, de desfrutar essa fase tão magnífica e ao mesmo tempo passageira que é a infância. Isso porque o molestado tem sua autoestima afetada, se sente inferior, tem dificuldade de interagir com as pessoas, se tranca em seu novo mundo de solidão. Porém, a vítima grita em seu silêncio, portanto, ela precisa de toda compreensão e carinho dos familiares, e inclusive da escola, para desabafar.
Depois de constatado o crime, antes de tudo é essencial acalentar a vítima, sentimentos de culpa e