Um diálogo entre as margens
Cinema & Audiovisual
Cinema Brasileiro II
Docente: Cyntia Nogueira
Discente: Rafael Rauedys
Cinema Moderno e Contemporâneo
Um diálogo entre Rogério Sganzerla e Kleber Mendonça Filho a partir da margem nos filmes Copacabana Mon Amour (1970) e O Som ao Redor (2012)
De “A margem” a estética da marginalização
Em 1967 Ozualdo R. Candeias lança seu primeiro longa metragem titulado “A Margem”, seu filme surge num cenário que configura o que poderíamos chamar do protótipo de um novo movimento cinematográfico brasileiro, o Cinema Marginal. Dentro de uma perspectiva ainda não explorada no Cinema Novo, o filme de Candeias vinha com uma visão muito pautada na vida sobre a margem, os personagens marginalizados pela realidade social, esse tipo de abordagem acabou por se mostrar reflexo da também realidade de alguns cineastas da época, que viriam a se juntar com o movimento que já se mostrava romper com algumas tradições e preceitos estéticos e políticos do Cinema Novo, o Cinema Marginal então apresentava uma grande tendência ao crescimento de uma ruptura com os cinemanovistas que já se encontrava forte no cenário brasileiro da época.
Dentro do que se enquadra chamar “A margem” de protótipo de um novo movimento cinematográfico brasileiro não está somente a abordagem voltada ao marginal e a violência com que a marginalidade é elaborada a partir de uma linguagem que foge de uma perspectiva pedagógica, mas se pensar que esta obra não se enquadrava (apesar de muitas mais a frente se utilizar de algumas referências, seja no formato paródico ou antropofágico) nem no Cinema Novo, nem no circuito comercial brasileiro. A partir da visão de Jairo Ferreira o Cinema de Invenção (Cinema Marginal) então voltava sua perspectiva as relações experimentais que o realizador aplicava sobre a margem, experimento esse que pairava sobre os movimentos de vanguarda (sem se rotular como algum tipo de obra vanguardista) e que se fundamentava em